ELE TAMBÉM NÃO FOI ESQUECIDO
Desde que foi exibida pela primeira vez, Vale Tudo se tornou logo um clássico da teledramaturgia brasileira. E ser um clássico tem seu preço. Beatriz Segall que o diga, afinal sua personagem mais conhecida é a terrível Odete Roitman.
Nem Renata Sorrah que emplacou depois de muitos anos sua Nazaré Tedesco em Senhora do Destino, conseguiu escapar da sombra de Heleninha Roitman. Glória Pires, Regina Duarte, Antônio Fagundes... atores que possuem um arsenal de grandes personagens não conseguiram se desvencilhar.
Até atores que faziam papéis secundários ficaram marcados, é o caso de João Bourbonnais, cujo personagem era tão esperado dos fãs de Vale Tudo que quando apareceu logo causou murmurinhos: Tá chegando a hora da maionese.
Como nós aqui do blog não curtimos essa onda de spoiller, preferimos não explicar muito o que é "a hora da maionese".
Walter é um gigolô que se torna amante de Odete e passa a ser sustentado por ela. Ambicioso, ele fará qualquer coisa para não perder essa boquinha. João Bourbonnais cedeu ao blog uma entrevista, entre espetáculo em cartaz e seu mestrado na USP.
O ator carioca que vive em São Paulo é filho da cenógrafa e figurinista francesa Ded Bourbonnais e formou-se em Direção Teatral na USP. Possui um vasto número de peças em seu currículo, incluindo musicais.
Confira abaixo a entrevista concedida ao blog.
Blog: Você fez uma participação de poucos capítulos em Vale Tudo, mas ficou marcado na lembrança de muitas pessoas que chegaram a comemorar pela internet a chegada de seu personagem agora na reprise¿ Ao que atribui isso e qual a importância que você acredita que uma novela como Vale Tudo possui?
João: Acho que naquele momento da novela, que já tinha uma popularidade enorme, a rivalidade entre os personagens Odete Roitman e Raquel já estava bastante estabelecida e a entrada do meu personagem como executor da sabotagem contra a Paladar, intensificou o conflito. A novela Vale Tudo traçou um retrato muito verdadeiro do país na década de 80 e com seus diálogos precisos, a humanidade de seus personagens e o elenco extraordinário, gerou uma enorme identificação do público.
Blog: O que mudou no Brasil nos últimos 20 anos que mereça realmente destaque, principalmente no que tange ao comportamento e caráter do brasileiro?
João: Uma característica fundamental daquele período era a inflação galopante o que, entre outras coisas, dava ao brasileiro muita insegurança e pode ter estimulado um certo oportunismo, muito bem mostrado na novela e uma incerteza em relação ao futuro. Hoje, não que a corrupção tenha sido banida, mas há na população mais otimismo com o desenvolvimento econômico do país.
Blog: Você vem de uma família de artistas e está em plena atividade, como você considera a produção artística no país e quais os problemas enfrentados hoje em dia?
João: Na área artística, especialmente no teatro, as coisas não mudaram muito e continuamos enfrentando dificuldades para produzir espetáculos. Houve um crescimento do cinema, mas ainda irregular e a na televisão, particularmente a aberta, com o surgimento e expansão de outras mídias como a internet, há uma pulverização do público em segmentos cada vez mais específicos, que parece levar a programação a apelos cada vez mais popularescos na busca de audiência e anunciantes.
Blog: Quais seus projetos para 2011?
João: Acabo de estreiar um espetáculo para crianças e jovens chamado "Canção de Amor em Rosa" com músicas de Noel Rosa, texto e direção da vencedora do Prêmio Shell Fernanda Maia, que está em cartaz no Teatro Augusta e estou montando "Amarras", uma adaptação da Electra de Sófocles, como parte do meu mestrado em artes cênicas na USP.
Canção de Amor em Rosa está em cartaz no Teatro Augusta, sábados e domingos às 16h
Por Jean Cândido
jeancandido@hotmail.com
Desde que foi exibida pela primeira vez, Vale Tudo se tornou logo um clássico da teledramaturgia brasileira. E ser um clássico tem seu preço. Beatriz Segall que o diga, afinal sua personagem mais conhecida é a terrível Odete Roitman.
Nem Renata Sorrah que emplacou depois de muitos anos sua Nazaré Tedesco em Senhora do Destino, conseguiu escapar da sombra de Heleninha Roitman. Glória Pires, Regina Duarte, Antônio Fagundes... atores que possuem um arsenal de grandes personagens não conseguiram se desvencilhar.
Até atores que faziam papéis secundários ficaram marcados, é o caso de João Bourbonnais, cujo personagem era tão esperado dos fãs de Vale Tudo que quando apareceu logo causou murmurinhos: Tá chegando a hora da maionese.
Como nós aqui do blog não curtimos essa onda de spoiller, preferimos não explicar muito o que é "a hora da maionese".
Walter é um gigolô que se torna amante de Odete e passa a ser sustentado por ela. Ambicioso, ele fará qualquer coisa para não perder essa boquinha. João Bourbonnais cedeu ao blog uma entrevista, entre espetáculo em cartaz e seu mestrado na USP.
O ator carioca que vive em São Paulo é filho da cenógrafa e figurinista francesa Ded Bourbonnais e formou-se em Direção Teatral na USP. Possui um vasto número de peças em seu currículo, incluindo musicais.
Confira abaixo a entrevista concedida ao blog.
Blog: Você fez uma participação de poucos capítulos em Vale Tudo, mas ficou marcado na lembrança de muitas pessoas que chegaram a comemorar pela internet a chegada de seu personagem agora na reprise¿ Ao que atribui isso e qual a importância que você acredita que uma novela como Vale Tudo possui?
João: Acho que naquele momento da novela, que já tinha uma popularidade enorme, a rivalidade entre os personagens Odete Roitman e Raquel já estava bastante estabelecida e a entrada do meu personagem como executor da sabotagem contra a Paladar, intensificou o conflito. A novela Vale Tudo traçou um retrato muito verdadeiro do país na década de 80 e com seus diálogos precisos, a humanidade de seus personagens e o elenco extraordinário, gerou uma enorme identificação do público.
Blog: O que mudou no Brasil nos últimos 20 anos que mereça realmente destaque, principalmente no que tange ao comportamento e caráter do brasileiro?
João: Uma característica fundamental daquele período era a inflação galopante o que, entre outras coisas, dava ao brasileiro muita insegurança e pode ter estimulado um certo oportunismo, muito bem mostrado na novela e uma incerteza em relação ao futuro. Hoje, não que a corrupção tenha sido banida, mas há na população mais otimismo com o desenvolvimento econômico do país.
Blog: Você vem de uma família de artistas e está em plena atividade, como você considera a produção artística no país e quais os problemas enfrentados hoje em dia?
João: Na área artística, especialmente no teatro, as coisas não mudaram muito e continuamos enfrentando dificuldades para produzir espetáculos. Houve um crescimento do cinema, mas ainda irregular e a na televisão, particularmente a aberta, com o surgimento e expansão de outras mídias como a internet, há uma pulverização do público em segmentos cada vez mais específicos, que parece levar a programação a apelos cada vez mais popularescos na busca de audiência e anunciantes.
Blog: Quais seus projetos para 2011?
João: Acabo de estreiar um espetáculo para crianças e jovens chamado "Canção de Amor em Rosa" com músicas de Noel Rosa, texto e direção da vencedora do Prêmio Shell Fernanda Maia, que está em cartaz no Teatro Augusta e estou montando "Amarras", uma adaptação da Electra de Sófocles, como parte do meu mestrado em artes cênicas na USP.
Canção de Amor em Rosa está em cartaz no Teatro Augusta, sábados e domingos às 16h
Por Jean Cândido
jeancandido@hotmail.com
Não há necessidade de envenenar a maionese. Nos primeiros capítulos vimos Raquel manipular os alimentos sem lavar as mãos, assim que chega da rua e com aquele ninho de rato (que ela chama de cabelo) solto. Isso ainda por cima na casa alheia, cozinhando para Aldeíde e Poliana. Aff!
ResponderExcluirSAUDOSA BEATRIZ SEGALL FEZ BONITO PAPEL NA NOVELA VALE TUDO 1988
ExcluirJOÃO BOURNAIS NÃO FEZ MAIS NOVELAS NA TV
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