Eis que a revista é lançada para um público formado principalmente pelos ricos e famosos. Trata de moda, colunismo social e traça perfil de personalidades, artistas e empresários. Ou ainda, eis que surge uma publicação voltada para traçar o contexto histórico daquela determinada classe social. Não. Não estamos em meados da década de 1990 e não falamos de “Caras”. Falamos da “Tomorrow” cuja nova edição acabou de ser lançada em Vale Tudo, provocando encontros, reencontros e muito, mas muito reboliço.
A proposta da revista é mais ou menos o descrito acima. O engraçado é que, com uma visão que só tem aqueles que estão a frente do seu tempo, Braga antecipou um segmento do jornalismo que hoje entope as bancas de todo o país. Ao contrário daquela época, eu ou você leitor, temos acesso mais fácil a esse mundo de sonhos, luxo, glamour e frivolidades. A Tomorrow pretendia retratar uma época no Brasil na qual a mobilidade social, experimentada principalmente na primeira década dos anos 2000, figurava no hall das grandes utopias.
E isso não foi uma ideia do novelista. As revistas de variedades datam do século 19. Mas a grande guinada acontece com o lançamento de O Cruzeiro numa ação ousada de Assis Chateubrian, que reuniu em 64 páginas o melhor conteúdo jornalístico (da semana) bem como informações literárias e sobretudo, fotos. Outras revistas também marcaram época como a Manchete e a Realidade implementaram novas técnicas de se produzir jornalismo para magazines.
A grande verdade é que a evolução do jornalismo no Brasil representa um retrato da nossa evolução como nação. A revolução tecnológica modificando a sociedade. A década de 80 é também conhecida como a era do marketing – por segmentar sobremaneira o mercado editorial brasileiro com base na valorização das identidades explicitadas através do consumo, esclarecem Íria Catarina Queiróz Baptista e Karen Cristina Kraemer Abreu no artigo: A história das revistas no Brasil: Um olhar sobre o segmentado mercado editorial.
Por Cássia Ferreira Andrade
cassia.ferreira.andrade@gmail.com
Por Cássia Ferreira Andrade
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